A proximidade com a cidade de Rio Grande faz com que Pelotas planeje estratégias para trazer companhias interessadas em prestar serviços para o polo naval gaúcho. Uma dessas companhias é a metalúrgica Caldepinter, que anunciou a construção de uma unidade nesse município que deve gerar em torno de cem empregos diretos.
O complexo da Caldepinter fabricará pequenas peças de navios, tais como escotilhas, mantas de aço (canos, dutos, tubulações), e também prestará serviços como o tratamento de superfícies metálicas à base de hidrojateamento e manutenção. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Pelotas, Eduardo Macluf, acrescenta que a empresa já tem algumas propostas de encomendas do polo naval de Rio Grande. Outra possibilidade de novas demandas viria a partir do estaleiro que será implementado em São José do Norte.
O investimento inicial no empreendimento da metalúrgica será de aproximadamente R$ 10 milhões e a meta é começar as operações em até 120 dias. A companhia, que tem sede no Rio de Janeiro e outra unidade no polo naval de Suape, em Pernambuco, procura locar uma área com cerca de 10 mil metros quadrados em Pelotas.
O secretário enfatiza que o aproveitamento do desenvolvimento econômico que virá com o setor naval é uma das prioridades de Pelotas. Ele adianta que existem outras empresas desse segmento prospectando terrenos no município para se instalarem. Macluf não revela o nome, mas comenta que desde fevereiro a prefeitura discute com um grupo norte-americano a implantação de um empreendimento desse setor que pode gerar até 450 empregos diretos. A intenção da companhia é instalar-se às margens do canal São Gonçalo (via fluvial que conecta as lagoas dos Patos e a Mirim). Macluf salienta que, dessa posição, a companhia poderá aproveitar a hidrovia para chegar a Rio Grande, tendo que percorrer uma distância de apenas 47 quilômetros. “Isso é um grande atrativo para as empresas sistemistas, como as que fazem chapas e do segmento metalmecânico”, afirma o dirigente.
A prefeitura está realizando um levantamento sobre as áreas públicas e privadas, localizadas na beira do canal São Gonçalo, que podem ser oferecidas para as empresas. De acordo com o secretário, somente o governo do Estado possui um espaço de 67 hectares, com beira de canal de cerca de 1,5 mil metros, que poderia ser aproveitado. Ele lembra ainda que o Executivo municipal possui mecanismos de incentivos fiscais e outros benefícios que também podem despertar o interesse das companhias. Entre as vantagens disponíveis estão cessão de área, redução na tarifa de água em até 30% e isenções de ISSQN e de IPTU por dez anos.
Além das oportunidades dentro do segmento naval, Macluf acrescenta que Pelotas está na briga pela fábrica de elevadores da Hyundai. Segundo ele, até o final de agosto representantes do grupo coreano devem visitar o Rio Grande do Sul para continuar as negociações com o governo do Estado e avaliar os municípios candidatos.
OSX mira plano de negócios da Petrobras
Com cerca de US$ 15 bilhões em encomendas até 2015, a OSX está mirando no plano de negócios da Petrobras para aumentar ainda mais esta carteira. “Seria insano instalar um estaleiro no Brasil do porte do nosso e não olhar para o plano da Petrobras”, disse o diretor financeiro da empresa, Roberto Monteiro, confirmando que a empresa está “debruçada” sobre o plano tentando vislumbrar as principais oportunidades.
A primeira delas deve vir com a entrega das propostas para a construção de 21 sondas em setembro. As unidades serão contratadas pela Sete Brasil - empresa formada por um pool de fundos de investimentos com participação da estatal - e deverão ser entregues entre 2015 e 2017. “Estamos estudando as parcerias, mas certamente estamos na disputa”, disse o diretor de Engenharia da OSX, Eduardo Musa. Para ele não há conflito entre o cronograma destas obras e o da construção do estaleiro, que podem ocorrer simultaneamente. Essa metodologia, adotada pelo Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, já causou atrasos na construção de navios para a Petrobras. Os executivos da OSX não quiseram comentar os problemas, mas ressaltaram que terão suporte da Hyundai nas obras.
Os diretores estimam uma elevação dos custos de equipamentos nos próximos anos por conta do aumento da demanda, impulsionado pelo pré-sal. Hoje, destacou, o custo Brasil já representa cerca de 30% no valor de uma plataforma por conta da exigência do conteúdo nacional, impedindo a competitividade do estaleiro no mercado internacional.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=69111
Jornal do Comércio
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