quinta-feira, 8 de março de 2012

Pelotas pode receber indústria na área de petróleo

Eduardo Macluf e grupo de empresários.

Surpreendeu e muito positivamente. Foi com essa impressão que a comitiva de empresários do Vale do Aço de Minas Gerais deixou Pelotas ao final do dia nesta quarta-feira (7), quando vieram conhecer as potencialidades locais. A disponibilidade de recursos, o apoio do governo estadual e da prefeitura, a mão de obra especializada e a área da Chácara da Brigada Militar contaram pontos para aumentar o interesse dos representantes de cinco empresas, que podem se unir e instalar, em princípio, uma indústria para atender à demanda de petróleo e gás do polo naval de Rio Grande e futuramente criar um estaleiro.

Apesar de bastante impressionados com as condições encontradas no município, os empresários mineiros ainda vão visitar outras duas áreas que concorrem com Pelotas: uma no Espírito Santo e outra no Rio de Janeiro. A decisão, de acordo com o diretor-presidente da Viga Caldeiraria Ltda, Flaviano Gaggiato, deverá estar tomada até agosto, no máximo, pois precisa ser feita uma pré-análise dos investimentos.

A disponibilidade e a forma estruturada para receber a comitiva contaram e muito, segundo Nelson Naibert, da Rosa, Naibert Projetos & Consultoria, que está intermediando as negociações. O Rio Grande do Sul é o único estado que tem três bancos de fomento e, portanto, uma condição financeira mais pujante para apresentar, acrescentou Naibert.

A Rosa, Naibert
Embora dirigida por um gaúcho de Porto Alegre, a Rosa, Naibert tem sede estabelecida no Rio de Janeiro, onde já implantou 40 indústrias. Mais especificamente em Bom Jardim, onde estão oito, foi fixado o escritório. A partir do estabelecimento de distritos industriais também em Saquarema, com 29 empresas, a Rosa, Naibert começou a ser procurada para intermediar as negociações. Pelotas entrou nas rodadas a partir de um encontro com o secretário de Desenvolvimento e Turismo, Eduardo Macluf, em um evento no Rio de Janeiro, em maio do ano passado.

Visitas
Os empresários foram recepcionados na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo por Eduardo Macluf e de lá partiram para o roteiro de visitas. O primeiro local foi a Metalúrgica Usimec, onde o presidente Dagoberto Antunes recebeu a comitiva e fez explanação sobre o segmento na região. Com 23 anos de atividades, salientou que a empresa tem um banco de dados com 14 mil currículos, de engenheiro a auxiliares, garantindo ao empresariado a existência de mão de obra na região.

Após, o grupo mineiro foi conhecer o Porto de Pelotas e as áreas disponíveis para arrendamento. O Engenho Pedro Osório e a Chácara da Brigada Militar encerraram o trajeto de áreas de interesse. E foi justamente o último local, a área do governo estadual (Chácara da BM), que encheu os olhos da comitiva. Representando o governo do Estado, o vice-presidente da Agência de Promoção do Investimento e Desenvolvimento do Estado, Marcus Franchesi, encorajou ainda mais o grupo, fornecendo informações positivas acerca da cedência da área e licenciamento ambiental.

Reuniões com os reitores das universidades Federal e Católica de Pelotas e do Instituto Federal Sul-riograndense encerraram o roteiro da comitiva, elogiosa ao pragmatismo da academia pelotense. Para os empresários, é importante a posição das instituições de que suas portas estarão abertas a futuras demandas dos empresários.

Investimento previsto
Inicialmente, embora o grupo ainda não revele o montante de recursos previsto para investimento, a ideia é unir cinco empresas para atender à demanda de petróleo e gás do polo naval. O empreendimento deve gerar entre cem e 150 postos de trabalho diretos. A médio e longo prazo, já como estaleiro e dependendo da demanda, entre 500 e 600 empregos diretos, de acordo com informação do diretor-presidente da Viga, Flaviano Gaggiato.

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